Introdução Ao Fate - Parte 12 - Criando Cenas e Aventuras
16 Jul 2019Publicado Originalmente no Site da Dungeon Geek
Criar aventuras em Fate não é tão complicado quanto aparenta: basta sempre manter em perspectiva que, ao Criar-se um Cenário foram determinados uma série de Problemas que refletem-se como Aspectos no Cenário, e que cada personagem também, por si, tem seus Aspectos, indicando problemas a resolver e situações com as quais ele deseja lidar, seja explorando-as ou evitando-as.
Ao criar uma aventura em Fate, em especial que faça parte de um Cenário com os quais os personagens terão que lidar, é fundamental manter na consciência esse fato: os personagens em Fate tendem a ser, como dissemos anteriormente, Competentes, Proativos e Dramáticos. Ao criar seus personagens, os jogadores deixaram claro por meio dos Aspectos que tipo de situações eles esperam confrontar. Ao criar o Cenário, eles deixaram claro em que tipo de mundo se espera que os personagens estejam atuando.
Somando-se ambas as coisas, você sempre pode construir cenas, aventuras ou mesmo arcos de história inteiros envolvendo um ou mais desses elementos.
Para isso, vamos analisar como fazer isso ao criar Problemas
Criando Problemas
Criar Problemas pode ser uma maneira mais inteligente de resolver parcelas da história, ao trazer situações que normalmente aos quais os personagens normalmente não se esquivariam. Desse modo, eles trabalhariam para resolver ou mitigar tais problemas.
Esses problemas surgem no cenário através de várias coisas, mas em especial através dos Aspectos do Personagem e das Questões do Cenário. Há outras maneiras de trazer os personagens à ação, potencialmente por meio de Locais e Faces, mas a principal forma são pelos Aspectos.
Veremos abaixo algumas formas de criar problemas, e a partir daí você pode usar tais problemas para gerar cenas, cuja a resolução pode trazer novos problemas e assim por diante.
Usando os Aspectos de Personagem para criar Problemas
Olhando o Fate Básico, página 212 ele apresenta a base para estruturar cenas e aventuras por meio de problemas gerados pelos Aspectos de Personagem, questões e assim por diante. Primeiro, vamos investigar como fazer isso por meio dos Aspectos dos Personagens.
Ao usar Aspectos de Personagem, uma forma de descrever um Problema poderia ser:
Você possui o aspecto ___, o que implica em ___ (aqui você pode criar uma lista de coisas). Por isso, ___ pode se tornar um grande problema para você.
O Segundo Espaço inclui as coisas que estão acontecendo, pessoas que são afetadas e por aí afora, enquanto o terceiro inclui os motivos pelo qual tudo isso está sendo uma encrenca.
Lúcio está pensando e olhando suas notas sobre os Fae Guardians, e avalia as possibilidades de cenas interessantes para cada um deles.
- Como Helen é uma Socialite Filantropa, ela se viu vítima de uma falcatrua de um grupo que se passa como representantes dela para tomar dinheiro de pessoas, e isso tá manchando sua reputação.
- Como Pericles sente O Cheiro de Sangue, recentemente um antigo amigo da polícia foi assassinado em circunstâncias misteriosas e isso mexe com ele, em especial com a Besta que existe nele e pede sangue e vingança.
- Como Robert tem Freios morais flexíveis que o metem em muita encrenca, ele se vê em uma enrascada ao ajudar um amigo a ocultar alguns pacotes MUITO suspeitos, que podem ser drogas que ele surrupiou de um grupo rival ou coisas ainda piores.
Isso gera cenas bem intimistas, mas que podem ser interessantes para aumentar o drama relacionado aos personagens.
Usando Questões como Fontes de Problemas
Usar as Questões do Cenário geram maiores complicadores, já que eles indicam situações que estão mexendo com o mundo. Entretanto, isso pode não necessariamente afetar profundamente os PCs, ainda que os afetem indiretamente.
Da mesma forma, o Fate oferece uma sugestão de como fazer a fonte de Problemas:
Como ___ é uma questão do cenário, isso implica em ___. Portanto, ___ provavelmente criaria um grande problema para os PJs.
Lúcio então resolve tomar algumas notas sobre problemas que podem surgir devido às Questões do Cenário
- Como algumas Pessoas estão percebendo a verdade, um grupo de malucos televangelistas tem declarado que “Criaturas malignas filhas de satã estão assumindo as formas de fábulas inocentes para corromperem nossas crianças!” e isso tem dado origem a uma série de pequenos grupos de fanáticos que estão atacando qualquer um que aparente habilidades incomuns, Fae Guardians ou não… Isso pode não acabar bem
- Como os Fae Guardians obtêm os seus poderes em troca de memórias, o que leva a eles se perguntarem ocasionalmente “Quanto eu sou eu e quanto eu sou a Fábula?”, alguns outros Fae Guardians que o grupo conhecem têm passado por Sobrecargas de Escopo perigosas, e até mesmo permanente, colocando Nova Iorque e as Fábulas em risco. O que fazer: abater os mesmos? Tentar devolver eles a seus Reinos “originais”? Ou fazer de tudo para que eles voltem a ser “eles mesmos”?
- Como Meu iPad fica do lado da Excalibur, algumas fadas aprenderam a apreciar tecnologia como algo interessante, e estão fazendo de tudo para obterem os novos consoles de videogame da Nintendo. Conhecendo isso, o que os personagens vão fazer? Comprar centenas de consoles e os contrabandear? Ficar na fila de lançamento com uma horda de fadas? E como fazer elas se comportarem de uma maneira normal (ao menos não mais anormal que um nerd padrão faria)?
Perceba que, como dito no próprio livro do Fate, Você Nem Sempre Precisa Destruir O Mundo. Você tem que lembrar que nem sempre as missões serão resolvendo grandes mistérios e problemas. Em especial, quando se trata de campanhas de cunho mais pessoal, você não precisa ficar sempre com grandes ameaças. O terceiro exemplo de problema apresentado mostra isso: imagine como os Fae Guardians lidariam com um bando de fadas que pareceriam crianças malucas pelo Mario… Isso poderia resultar em todo tipo de situação constrangedora e interessante para o seu jogo.
Usando dois Aspectos para gerar um problema
As coisas ficam ainda mais interessantes quando você combina Aspectos de dois personagens diferentes ou de um personagem e uma Questão para gerar um problema para ser resolvido no cenário. Como nos casos anteriores, o Fate sugere um modelo que você pode seguir para planejar a situação.
- Para Aspectos de dois personagens: Como ___ possui o aspecto ___ e ___ possui o aspecto ___, sugere que em ___. Portanto ___ provavelmente será um grande problema para eles.
- Como Helen possui o Aspecto Pobre Menina Rica e Pericles possui o Aspecto Vem Fácil, Vai Fácil, Helen pode se descobrir em uma enrascada após Pericles perder rios de dinheiro em jogos de poker para manter seus contatos nas ruas. Pericles foi capturado por alguns gangsteres que avisam que o que eles querem não é dinheiro, mas sim “um certo favor”. Que favor seria esse? Será que eles sabem sobre o Escopo?
- Como Pericles possui o Aspecto Detetive Noir e Robert possui o Aspecto Trapaceiro Honesto, Pericles pode descobrir que Robert passou dos limites sem saber (novamente) ao roubar um pote Ming antigo de um antiquário chinês. O que levaria Robert a fazer isso? Será que foi realmente Robert? Não pode ser um Doppelgäenger ou algo similar?
- Como Robert possui o Aspecto Aprender a Confiar e a ser confiável e Helen possui o Aspecto Bobby faz tantas coisas erradas, mas sempre pelos motivos certos…, Robert recebeu de Helen a incumbência de cuidar de alguns itens importantes (inclusive livros de magia) enquanto ela foi para o Reino das Fadas Madrinhas para alguns rituais que ela precisa fazer se quiser obter mais informações sobre o Escopo. Será que Robert não vai ficar tentado a vender esses itens? Isso não seria na verdade um teste de Helen para ver se pode confiar em Robert? E caso esses itens forem roubados enquanto ela está fora, ela acreditaria?
- Para Aspecto de um Personagem e uma Questão de jogo: Como você possui o aspecto ___ e ___ é uma questão do cenário, isso sugere que ___. Portanto ___ pode ser um grande problema para você.
- Como Helen possui o Aspecto de Socialite filantropa portadora da Fada Madrinha e as Fábulas e Contos de Fadas Oferecem poderes sem explicação e demandam serviços, ela pode se ver recebendo das Fadas Madrinhas alguma missão críptica, como “recuperar a inocência perdida de uma alma sofrida”. Isso pode a colocar em rota de colisão com todo tipo de crápula de Nova Iorque, inclusive alguns bem perigosos, como traficantes de escravas brancas e redes de pedofilia. Ela pode se ver obrigada até mesmo a trazer atenção desnecessária e perigosa para o fato de ser uma Fae Guardian
- Como Robert possui o Aspecto de Um Burrinho de Madeira no Teatro de Marionetes e Meu iPad fica do lado da Excalibur, ele se pode pegar novamente na forma de um Burro, devido a uma maldição mágica, um teste de alguém envolvido no seu escopo ou simplesmente por ter passado do limite enquanto um trapaceiro. Isso vai no mínimo dificultar as interações dele com pessoas que não tenham Escopo, já que para a maioria ele apenas zurra como um burrinho. E o que fazer quando o instinto asenino dele atacar, o fazendo correr desembestado pela cidade? Será que não é uma boa ideia colocar uma tornozeleira eletrônica nele, só para garantir?
- Como Pericles possui o Aspecto de Os Instintos de um Predador são difíceis de serem contidos e As pessoas que estão percebendo a Verdade, pode ser que ele tenha sido pego por um gangster com o qual previamente tinha contato e que lhe pede “um servicinho” para matar um rival no controle do submundo do jogo. Será que Pericles resistiria à tentação de dar vazão ao seu lado mais bestial e brutal contra alguém que “não merece viver”? E se o fizer, qual seria o custo? Ele não estaria paradoxalmente próximo de se tornar a fera que ele tanto evita?
Fazendo perguntas Narrativas
Determinado o Problema, deve começar a “abrir” o mesmo, usando perguntas narrativas para determinar os detalhes do problema.
Você pode fazer quantas perguntas necessárias, mas quanto mais perguntas fizer aqui, mais longo será o cenário. A partir das respostas à mesma é que as coisas serão resolvidas. Você pode até mesmo já deixar algumas “respostas” prontas em retaguarda, utilizando isso como uma preparação para possíveis “rotas” que a história pode seguir. Porém, tome cuidado: isso não quer dizer que os personagens devem seguir obrigatoriamente naquela rota. Deixe as possibilidades abertas para que os eventos aconteçam de acordo com as decisões da mesa.
Um Coração Sofrido - Problema e Pergunta
Como Helen possui o Aspecto de Socialite filantropa portadora da Fada Madrinha e as Fábulas e Contos de Fadas Oferecem poderes sem explicação e demandam serviços, ela recebeu das Fadas Madrinhas uma missão críptica, que é “recuperar a inocência perdida de uma alma sofrida”. Elas proveram algumas poucas pistas, mas cabe a Helen descobrir mais sobre isso.
A primeira pergunta é “Helen é capaz de resolver esse problema?” e ela é capaz: na realidade, ela pode precisar usar um pouco do seu Bibbity-Bobbity-Boo!, mas cedo ou tarde ela descobrirá que se trata de uma menina que, depois de ter seus pais mortos, foi raptada de seus tios por um grupo criminoso, traficante de crianças para exploração sexual e coisas piores.
A partir daí, a pergunta passa a ser “Helen é capaz de resolver esse problema sozinha? E o que ela ganharia?” A resposta seria provavelmente um não: Helen ainda é uma Socialite Filantropa, e tem problemas ao lidar com a curriola criminosa de Nova Iorque. Quanto a ganhos, Helen sabe que, se mostrar-se ativa e disposta a ajudar, ela terá mais contato com as Fadas Madrinhas, e com isso poderá descobrir mais sobre o Escopo, de modo a ajudar tanto a si mesma quanto aos demais Fae Guardians, Pericles e Robert. Desse modo, Lúcio imagina que seria fácil colocar todo mundo para ajudar.
Em seguida, Lúcio precisa definir se “Os traficantes de crianças são comuns?” Ele pensa um pouco e coloca um sim, já que esses traficantes são bandidos comuns, nada de fora do comum. Tudo bem que, na prática, Helen e seus amigos ainda teriam problemas, mas nada demais considerando que eles tem os seus Escopos.
Por outro lado, Lúcio precisa decidir se “Haverá consequências caso Helen se negue na missão?” Ele imagina que Helen pode cair em desgraça diante das Fadas Madrinhas, e isso seria um grande problema, já que elas são o melhor contato que os Fae Guardians tem para obter algumas respostas, já que nem os Lobos da Floresta Sombria ou o Dono do Teatro de Marionetes parece à vontade para falar com os personagens (muito pelo contrário)
Por fim, nesse primeiro momento, Lúcio pensa se “O cliente que contratou tais traficantes é comum?” Aqui ele decide pensar em um não: o cliente na realidade é um dos Duendes de Morgause, criaturas que atuam como uma espécie de força de trabalho genérica para ela. Entretanto, esse Duende é especial por estar procurando formas de aumentar os números do exército de Morgause na Terra por meio de sequestro de crianças. Isso pode abrir novas brechar para desdobramentos futuros.
Lembrando que tudo isso pode ser expandido ainda mais no futuro, durante o jogo.
Criando a oposição
Após alguma reflexão, é hora de planejar a oposição para o que foi feito até aqui. Inicialmente não é necessário descrever os personagens com estatísticas de jogo: isso pode ser feito em um momento futuro no planejamento da aventura.
Um Coração Sofrido - Oposição
Lúcio começa a planejar a oposição, e os PdNs que os personagens irão encontrar durante a aventura. Ela começa então listando-os de maneira genérica
- Uma Fada Madrinha que envia a missão (não aparece)
- A garota do coração sofrido (suporte)
- Os sequestradores da garota (suporte)
- O líder dos sequestradores (suporte/principal)
- Os Duendes de Morgause (suporte)
- O Líder dos Duendes de Morgause (principal)
Lúcio decide que a Fada Madrinha que passa a missão para Helen é sua mentora mágica Mirana, mas ela não irá aparecer na aventura, exceto por citação e ao enviar magicamente a missão críptica, e talvez um ou dois detalhes que ajudem Helen a encontrar a garota de Coração Sofrido.
Lúcio se sente a vontade de controlar tais personagens, então não vai fundir ou coisas do gênero.
Primeiramente, ele decide a motivação dos sequestradores: eles não são exatamente maus. Ok, eles sequestraram a garota, mas eles não sabem um átimo sobre os o objetivo dos Duendes e coisas do gênero. Eles estão nessa pela grana, Just Business. Não vão machucar ela a não ser que sejam realmente ameaçados. Eles são durões e fazem a panca, mas tão logo as coisas apertem eles vão tirar o time de campo. Lúcio decide que os sequestradores são de descendência porto-riquenha e são conhecidos como Lost Chicos
O Líder dos sequestradores é um pouco mais bruto, mas ainda assim não é tão barra pesada assim: na realidade é seu primeiro serviço como sequestrador. Ramon “El Toro” Noriega saiu recentemente da prisão por roubo, e esse pedido pode ser a forma que ele encontrou de sair dessa vida de crimes. Ele está disposto a dissolver o bando assim que entregar a garota. Ele não é também “mal”, não mais que o bandido típico: as gangues porto-riquenhas tem o mesmo estilo de ética de bandidagem de gangues mexicanas e costo-riquenhas, evitando causar dano demais. O grande erro que eles podem cometer é levar a encrenca para o seu barrio, sua comunidade. Tanto que eles não sequestraram uma garota da sua comunidade.
A garota sequestrada é Marya “Mary” Olegyskaya Sobol. Filha de um Russo com uma descendente de judeus ashkenaziti radicados na Alemanha, seus pais, Oleg Sobol e Freyde “Frida” Sobol neé Mittelman, seus pais vieram para a América para trabalhar no Maior Espetáculo da Terra, o Ringling Brothers, Barnum and Bailey Circus, mas acabaram se mantendo nos EUA após o seu tempo no circo. Após a morte dos mesmos, Marya passou a ser criada por um casal de amigos dos Sobol em um circo menor, o Real Hispania Circus. Ela foi sequestrada a alguns dias, em uma cidade na Florida, e trazida por alguns dos Lost Chicos de van, sedada. Ela está extremamente triste e sentido falta de seus pais adotivos.
O que leva aos Duendes de Morgause: os Duendes são tanto originários de um reino belicoso quanto são pessoas da Terra transformadas magicamente em Duendes (esse será um segredo que Lúcio irá revelar depois aos Fae Guardians). Suas ambições são simples: lutar e comer. Comem basicamente de tudo (MESMO) e lutam com armas grotescas. Apesar da aparência hostil, não são fortes, mas podem dar algum trabalho em combate. Entretanto, são assustadiços e só ficam na linha quando forçados por seu líder.
E temos por fim seu Líder: Lyaradash, um Duende da Floresta Sombria (o mesmo Reino onde Pericles recebeu o Escopo do Lobo Mau) é um dos lugares-tenentes de Morgause, mas não é alguém próximo a ela a ponto de ser considerado importante. Ele deseja crescer nas graças de Morgause, e para isso tem feito de tudo, inclusive sequestrar crianças para transformá-las em Duendes por meio do Escopo. Ele é razoavelmente capaz em termos de combate, mas não o bastante para dar trabalho demais aos Fae Guardian. Se derrotado e nada o impedir, ele irá ser morto por Morgause remotamente, destruído em uma bola de energia mágica perigosa! Entretanto, se salvo e protegido da ira de Morgause, pode ser uma fonte interessante de informações para os Personagens.
Não é necessário “fechar” as estatísticas dos personagens, então Lúcio decide que irá preparar as coisas melhor adiante.
Construindo a primeira cena
A primeira cena é muito importante, pois ela é quem vai oferecer os gatilhos para que a ação transcorra. A melhor forma, indicada no Fate Básico, é começar com o pé na porta: escolha uma das questões e ela vai funcionar como base para essa primeira cena, literalmente jogando a mesma na cara dos personagens.
Isso vai fazer com que as coisas comecem a se mover e você consiga seguir adiante com os problemas e fará com que os personagens se sintam envolvidos, sem que os mesmos fiquem se movendo em círculos
Lúcio pensa que a melhor forma de começar a ação é com os Fae Guardians em sua “base”, a flat de Helen no Edifício Dakota, próximo ao Strawberry Fields no Central Park… Eles poderiam estar jantando comemorando o Thanksgiving? Lúcio deixaria isso para mais tarde.
De alguma maneira, uma das Fadinhas Mensageiras de Mirana aparecerá para Helen (e potencialmente para os demais Fae Guardians) com a missão: “É chegada a hora de provar-se mais uma vez digna do Poder que oferecemos a você. Há um Coração Sofrido nessa cidade, separado daqueles que ela Ama. Se você recuperar a inocência de tal coração, ofereceremos mais informações sobre o que você e seus amigos se tornaram.” Ela diz, e fica voando esperando a resposta.
Claro que Helen pode dizer um Não aqui: as últimas missões que ela cumpriu para as Fadas Madrinhas meio que destruíram a sua inocência quanto ao Escopo da Fada Madrinha, e ela ainda está se recuperando das sequelas mentais. Entretanto, isso pode ser a chance para os demais Fae Guardians tentarem questionar Helen de porquê da recusa. Além disso, ela sempre pode ver a notícia sobre desaparecimentos e boatos de traficantes de pessoas agindo em Nova Iorque… E isso pode ser o que realmente vai lançar ela à aventura… Ou, quem sabe, alguma pessoa do passado de Helen pode vir a ser a próxima vítima.
Conclusão
Criar aventuras em Fate não é complicado: você pode utilizar todos os Aspectos conhecidos, como Questões e Problemas do Cenário e os Aspectos dos Personagens para criar cenas, aventuras (ou cenários, como são chamados em Fate) e mesmo arcos dramáticos inteiros apenas utilizando tais elementos, combinando para gerar novas situações onde os personagens estarão envolvidos.
Além disso, uma vez criado um novo problema dramático a ser resolvido, é fácil criar as oposições e personagens não-jogadores baseando-se nas perguntas feitas para gerar-se os problemas e em descrever os envolvidos.
No próximo Artigo vamos começar a falar de maneira um pouco mais aprofundada sobre as regras do Fate, e vamos começar falando um pouco melhor sobre como explorar o Fractal do Fate para melhorar suas aventuras.
Até lá… Role +4!