Ibi, Espírito da Terra

Aspectos

Tipo Aspecto
Conceito Índia brasileira que fala com a mãe Terra
Dificuldade Os animais tem tanto direito à vida como nós
  Juma sabe tudo sobre mim sempre me protegerá
  Vegetariana, não consome nenhum tipo de carne
  Espírito Animal da Águia - deseja saber mais sobre o mundo lá fora

Abordagens

Abordagens Nível
Ágil Razoável (+2)
Cuidadoso Bom (+3)
Esperto Razoável (+2)
Estiloso Medíocre (+0)
Poderoso Regular (+1)
Sorrateiro Regular (+1)

Façanha Centuriã

  • Ligação com Animais - Como uma índia amazônica, Ibi vive e é ligada à natureza, e graças a isso ela pode chamar os espíritos dos animais de onde estiver, falar com eles e até mesmo convocar seu poder. Duas vezes por sessão ela pode gerar Aspectos relacionado a Animais com uma Invocação gratuita. Só pode Gerar Aspectos dessa forma envolvendo animais que ela já conheça e que existam na região.

Façanhas Comuns [ Recarga: 3 ]

  • Falar com Animais: +2 ao Criar Vantagem de Maneira Cuidadosa ao conversar com animais. Entretanto, eles não podem passar informações que não consigam descrever
  • Conhecimento do tempo e da mata: +2 em Criar Vantagens de Maneira Cuidadosa relativas ao tempo e clima em regiões selvagens

Aparência

Ibi tem o tamanho normal para uma índia amazônica, e usa uma espécie de saia feita de folhas, e um cocar. Ela também pode ocasionalmente tapar os seios com uma veste feita de folhas. Caso necessário ela pode também usar roupas “do homem branco”.

Comportamento

Ibi valoriza sua liberdade, a Natureza e os animais. Ela é curiosa quanto aos hábitos do homem branco e quanto ao mundo fora de sua tribo, mas ao mesmo tempo não tem respeito ou paciência com aqueles que não respeitam a Natureza. Ela ainda se sente pouco à vontade com a ideia de que cedo ou tarde deverá deixar a aldeia onde vive e explorar o mundo lá fora. Ela confia acima de tudo em Juma, a velha mas forte pajé de sua tribo e guardiã do poderoso Amuleto Xivipi.

História

Ibi nasceu (e ela não descobriu sobre isso até ser mais velha) nas primeiras badaladas do novo Século, em sua tribo. O grito do Condor no seu nascimento foi considerado uma forma de Auspício, um que levou Juma, a pajé da tribo, a dizer que ela deveria crescer como uma filha especial da Mãe Natureza. Ibi aprendeu muito de todos na tribo, em especial de Juma, que lhe contou muito sobre o homem branco e sobre como cedo ou tarde ela iria deveria partir da tribo, para ir ao mundo do homem branco, aprender e um dia retornar, como Juma mesmo fez quando ela era muito mais jovem, de modo a voltar ainda mais sábia e forte em mente e conhecimento, para usar o conhecimento do homem branco e a sabedoria do passado a favor da sua tribo. Desse modo, Ibi espera o momento em que deverá partir.

Sidney “Knacks” Sheeran, Spirit of Resourcefulness

Aspect

Type Aspect
High Concept A texan kid turned hobo that does everything to survive no matter what
Trouble “No more Texas for me, the world is my home!”
  Always with my hat and my lasso
  Stays with those who like him through and through
  Still want to make friends like him (although he don’t know what is this)

Approaches

Approach Level
Careful Fair (+2)
Clever Good (+3)
Flashy Average (+1)
Forceful Mediocre (+0)
Quick Average (+1)
Sneaky Fair (+2)

Centurion Stunt

  • I did this… I think so: as he does everything he needs to survive, he receive +3 while Creating Advantages being Clever when doing things that he normally doesn’t do.

Common Stunts

  • Outdoorsman (p. 100)
  • First Impressions (p. 95)

Appearance

Knacks is a hobo kid like many others: normally dressed into torn clothes, his normally smudged face is freckled and his red hair is curly and normally messy, as he has few chances to bathe himself. No matter how dirtier he is, he is not seen without his Stetson hat and his lasso.

Behavior

Knacks is a cheerful kid, as he thinks he left the worst behind when left Texas, and for some reason he knows things will be better now that he left the farm. He doesn’t know why, but goes for New York is a great adveture, and there’s he’ll receive his reward.

History

In a small farm in Texas, in the first strokes in January 1st, 1901, a kid was born into a big Scottish-American family. With already 6 mouths to feed, the 7th one was almost too much, and when the kid hadn’t took his part in the farm, as she was smaller than them, the other brothers did his life hell… With his parents support.

It was when, when he was 7, he felt the urge to just run away. He didn’t know why, but it just made sense to just run away, and he did this, taking a train to Albany. There, he had the Hobo Life 101 by some good hoboes, by working cleaning Ringling Bros’ animal carts for food and clothes. He liked this, and he liked the hobo community in Albany, but he still found the need to get away.

And them he got to Houston, and the cycle repeated: he had came into contact with the hobo community, did some jobs for food and clothes, but them he felt the wanderlust so common into some hobos, but 1000 times stronger, with a specific destination: New York City.

He didn’t understand why New York City has his call on a country boy, someone who likes the stars over his head and the coyote’s howling as lullaby. But he felt that some of the answers he was searching for could be found there, and now that he arrived and found that Hobo Queen called Lady Brigit Danaan, he thinks that now he’ll find those answers, even he needs to take them using his lasso!

Resenha - Sally Slick and the Steel Syndicate

Toda saga tem que começar de algum lugar e em algum momento. Para alguns, esse local é O Condado. Para outros, Tatooine. Para alguns outros é a Rua dos Alfeneiros, 4. E para Sally Slick e Jet Black, é o pequeno vilarejo de Nebraska Township, Illinois, nos Estados Unidos dos anos 1910.

Você talvez conheça esses nomes de outros títulos da Evil Hat, como do RPG Espírito do Século (que foi publicado no Brasil pela Retropunk) ou da Trilogia Dinocalypse . Mas em Sally Slick and the Steel Syndicate vemos como a Sally Slick de 15 anos, ao lado de seu melhor amigo Jackson “Jet” Black começaram a se envolver em aventuras. Mesmo antes de enfrentarem o Mal com M Maiúsculo, os dois já eram jovens completamente fora do padrão que se esperava para os anos 1910: uma garota que nunca se conformou com a vida no campo e para quem correr atrás de garotos não era tão interessante quanto transformar um trator aparentemente normal em uma espécie de Monster Truck de 1910, e seu amigo, um garoto magricelo que sempre se posicionou pelo que é certo, mesmo sendo espancado de quando em quando pelo valentão do vilarejo, Eugene Falks. Não é o tipo de jovens que você imaginaria que teriam importância no futuro.

Mas quando o irmão mais velho de Sally, James, volta de Chicago, ele traz consigo alguns problemas bem sérios, na forma de um autômato protótipo defeituoso, o Mecanismo Bípede Energético, Bipedal Energetic Mechanism (BEM) em inglês, que ele tenta esconder no cemitério dentro da fazenda dos Slicks. Ele estava trabalhando no mesmo com seu chefe o cientista maluco Doktor Proktor e isso o colocou em um problema sério com a gangue criminosa conhecida como O Sindicato de Aço. Para salvar sua família da ameaça dos gangsteres do Sindicato de Aço que vêm para roubar o BEM e (possivelmente) acabar com seu irmão, Sally luta contra vilões de verdade pela primeira vez.

Porém, não importa o que aconteça, ela ainda é uma garota de 15 anos de idade em uma vilazinha do interior, e precisa também lidar com os problemas locais e cotidianos, o que mostra que o mal surge em vários envelopes: seja os grandes, como o Sindicato de Aço, e os pequenos, como Eugene Falks. E ela também precisa entender que ela não é uma ameaçada exatamente por ser forte, o que nesse momento nem ela e nem Jet são, mas porque eles tomam partido e enfrentam dificuldades, não importa quão desfavoráveis a eles as chances são. E isso faz com que pessoas más que não acreditem que as pessoas tomem partido contra eles, mesmo eles sendo mais fortes e durões que os demais, não possam deixar passar barato, pois essa é a única linguagem que o mal entende.

O Mal também pode tentar, como o Sindicato de Metal fez, ao oferecer algumas migalhas por meio do Estimulador Mental, uma ninharia que eles podem ceder a Sally para a convencer de assumir um contrato Faustiano apelando ao que ela mais ama, que são máquinas e o conhecimento sobre como elas funcionam. E também pode ameaçar: eles sequestram seu irmão e exigem o BEM pela vida de seu irmão.

Mas a ajuda sempre pode vir dos locais mais estranhos para aqueles que agem pelo bem: seja de maneiras estranhas, como no caso do gangster Frankie Ratchet que os salva dos valentões locais; ou de pessoas realmente boas, como no caso do Mestre Lingyu que os guia pela Chinatown de Chicago até o Golden Pagoda.

Enquanto vemos Sally assumindo a responsabilidade, com Jet ao seu lado, a vemos crescer de uma garota da fazenda para alguém que compra as brigas que ela sabe que precisa. Ela não é mais empurrada pelas circunstâncias, e sim age por vontade própria e passa a enfrentar os desafios que lhe são impostos com o apoio das pessoas nas quais ela confia, como Jet, sua família, e por aí afora.

E tais desafios são enormes: não apenas contra o valentão Falks, mas contra os criminosos do Sindicato de Aço e até mesmo contra o insano Doktor Proktor. E os dois últimos tem objetivos sérios envolvendo Sally: cooptá-la para seus fins malignos se possível, usando sua engenhosidade e a controlando para usá-la como um meio para seus fins nefários, ou destruí-la caso contrário. Para isso ambos os lados possuem tecnologias tentadoras, como o Visonador de Proktor e o Estimulador Neural de Sally. Isso, porém, apenas mostra a Sally que a tecnologia pode ser usada para fins malignos, da mesma forma que as pessoas.

E os problemas de Sally não envolvem apenas capangas tentando matá-la ou valentões tentando surrá-la: irmãos ingratos também estão nessa conta. E, infelizmente, eles ainda são jovens: não importa o quão engenhosa Sally seja ao construir coias, ou o quão corajoso Jet seja mesmo diante de situações terríveis, eles ainda precisam estar em casa antes do jantar, ou lidar com terríveis consequências, como ficar de castigo, ou, no caso de Sally, ser mandada para classes de Etiqueta e Comportamento!!!!

E ainda tem os mistérios: o que realmente é o BEM? Como ele foi construído? Qual o interesse do Sindicato de Aço no mesmo? E de Doktor Proktor? E de James, o irmão mais velho de Sally? Por que os estranhos homens do Lótus de Jade mencionou magia? E o que é o Sussurrante?

No final, muitas coisas mudam. Jet começa a entender a si mesmo e sua coragem quase suicida, e o prazer que sente ao se meter em aventuras, mesmo em sua imaginação. Sally passa a entender a si mesma, sua posição no mundo, seus sentimentos, e já que ela não quer ser uma garotinha que fica sempre brincando com o cabelo como todos esperam dela… Bem, a sua avó não foi uma, então ela também não será. Ela sabe agora o que quer. Mas ela também sabe que terá que lidar com o fato de que algumas pessoas não mudam, como o valentão Eugene Falks, e outras mudam para pior, como James, seu irmão invejoso.

Mas ela se sente a vontade com lidar com tudo isso, ao menos enquanto ela tiver ao seu lado seu cérebro engenhoso, seus amigos (em especial Jet) e suas melhores ferramentas. Enquanto ela tiver isso, ela sabe que é capaz de enfrentar o que der e vier.


Já li vários tipos de histórias pulp, com alguns livros de Tom Swift e a série Circus Boys, que você pode obter legalmente no Projeto Gutemberg. E Sally Slick segue pelo mesmo caminho e traz os tropos dos mesmos fielmente: o companheiro divertido, o herói (no caso, heroína) inconformista, os vilões que ou se envolvem no status quo ou simplesmente chutam qualquer ética de lado, todos eles.

O livro também mostra que Sally e Jet nesse momento são inexperientes ao ponto da inocência em muitos momentos; suas ideias sobre heroísmo são baseadas em coisas que leram em histórias ou simplesmente surgem impulsionadas pelas circunstâncias. Eles são verdes, eles são imperfeitos, eles fazem escolhas erradas e cometem erros. E pagam o preço por isso, nem que seja ficar na detenção após a aula, limpando apagadores.

Sally é durona, mas de bom coração. Ela pode não saber o que quer, mas sabe onde está seu coração: com sua família, mesmo considerando seu irmão ingrato; com Jet, mesmo ele sendo muitas vezes atrapalhado; e ela está com o que é certo, sempre. Para nosso ponto de vista cínico do século 21, isso tudo pode parecer uma grande babaquice, uma inocência tão grande que é a forma mais rápida de conseguir vestir um paletó de madeira e ir para a terra dos pé-juntos, mas Sally representa uma ideia a muito perdida de se levantar e lutar pelo que é certo, independente do que aconteça. E isso é a principal marca do Espirito do Século.

E Jet Black atua como um grande companheiro para Sally (ei, é Sally Slick and the Steel Syndicate, não Jet Black): magricela, aéreo, sonhador, com vários parafusos a menos, mas espevitado quando a situação exige e com uma capacidade de dizer verdades inconvenientes no pior momento possível. E que, como Sally, assume uma posição e se levanta pelo que é certo, mesmo quando enfrenta caras três vezes mais altos que ele e capazes de o desmontar como um bonequinho de madeira com apenas um soco!

O livro é muito bem escrito: mesmo meu Inglês sendo segundo idioma, eu não tive problema algum ao ler o mesmo. O texto é leve, fluído e fácil de assimilar, o que faz com que você se sinta rapidamente em casa: juro por tudo que há de mais sagrado que estive no Golden Pagoda! O ritmo é bom e extremamente satisfatório, e você não consegue largar o livro do momento em que você o começa vendo Sally mexer em Calamidade, o seu trator de corrida, até o fim.

E temos também toda a galeria de personagens: Eugene Falks, o valentão local, e sua gangue; Frankie Ratchet, o gangster com alguma ética, mas esperto o bastante para não chamar demais a atenção; O Don de Aço, o Don com uma face de metal vivo e uma ilusão de poder; Mestre Lingyu, e os irmãos e a Mãe de Sally; todos eles fazendo o mundo ao redor de Sally ser mais vivo e dinâmico, e dando tudo o que é necessário para manter os tropos do pulp funcionando! Eles tem suas próprias características e belezas, ao ponto de você ficar babando de vontade de dar umas belas dentadas em um pedaço da torta da Mãe Slick ou de passear com o gentil Mestre Lingyu por Chinatown, mesmo isso significando que você se enfiou em uma tremenda de uma encrenca!

E é muito bom ver Sally Slick crescendo, como seu inconformismo e suas ambições a ajudaram a tornar-se autoconfiante e independente. Ela sabe de suas forças e fraquezas e sabe o que quer e, mais importante, o que não quer.

Nós conseguimos visualizar que um grande futuro espera por Sally, mas ao mesmo tempo, percebemos que ela não é perfeita: ela (ao menos no início) ainda sente as pressões sociais sobre ser uma garota tem dúvidas, fica paralisada quando sob pressão. Mas, no fim, vemos uma Sally Slick pronta para os desafios que o futuro lhe reserva.

Eu dou para o livro uma nota 4,5 de 5: ainda existem termos que podem ser confusos por serem jargão do período, como dingy (sombrio) ou yahoo (brutamontes)… Mas à exceção disso, esse livro é muito bom, em especial para quem gostou do Espírito do Século, da Trilogia Dinocalypse ou de qualquer outro livro da série Spirit of the Century presents.


ATENÇÃO: Recebi cópias de Sally Slick and the Steel Syndicate, Young Centurions e do futuro livro da Série Young Centurions Sally Slick and the Miniature Menace, da Evil Hat para essa resenha. Essa resenha representa minha visão do mesmo e pode não ser totalmente acurado.

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