Matheus Ortiz

Olá!

Esse post recupera um antigo diário de um Dramatis Persona (PC) meu de Castelo Falkenstein. Pode servir de inspiração para quem quiser saber como escreve-se um diário em Castelo Falkenstein. Postado originalmente na comunidade de Castelo Falkenstein do Orkut.

Meu Diário – Matheus Ortiz

“São Paulo, Ano de Nosso Senhor de 1870:

Aos 17 dias do mês de Maio, eu, Matheus Cláudio Ortiz, resolvo tomar do papel e da pena para escrever os resultados de minhas andanças por esse belo país que é o Império do Brasil.

Ser alguém como eu, mulato, filho de uma bela mas sofrida mulher e de um pai que, mesmo alforriado enfrentou muitos reconceitos por parte dos ditos “civilizados” é uma coisa que me marca demais, ainda mais quando vejo a casa pequena, mas confortável, que consegui adquirir aqui nessa grande cidade com anos de suor e labuta…

Meu físico é de certa forma mais pendendo ao físico dos europeus, embora em minhas veias corram, com muito orgulho, o sangue africano de meu pai, conhecedor das Ervas e dos místérios das lendas. Meus olhos são escuros, com duas pedras de opala, e meu cabelo, crespo e curto, não nega minhas raízes do povo Nagô.

Meu pai, Tobias Ortiz, ao sair da fazenda aonde foi escravo, encontrou minha mãe, Graça Matias, em uma parada de boiadeiros próxima a Campinas, ponto de parada das tropas que subiam e desciam o Brasil, levando o charque e as preciosas boiadas do Sul para o Norte e vice-versa. Após isso ele, anteriormente boiadeiro, aproximou-se de minha mãe e eles se casaram, tendo dois filhos: eu e a jovem Marta.

Minha mãe morreu pouco depois que eu nasci, vítima da tuberculose, e aos quinze anos, foi a vez de meu pai perecer, ao contrair a terrível Febre do Sertão. Fomos então recebidos pelo antigo dono de meu pai, um homem mui consciente e cristão de nome Amadeu Ortiz. Marta foi para o Rio de Janeiro estudar com outras jovens (diferentemente de mim, que tenho uma pele cor do jambo, ela é alva como o leite), enquanto eu fui enviado para estudar em São Paulo.

Minhas excelente notas (Educação [EXC]), aliadas ao meu bom comportamento social (Trato Social [OTI]), garantiram-me uma vaga em uma Faculdade em Lisboa, financiada por um rico fazendeiro com interesses em montar indústrias no Brasil. Lá, fui sempre muito querido pelos meus colegas de classe, fossem pessoas menos favorecidas como eu, ou mais favorecidas, como vários de meus rivais (Carisma [BOM]). Aos poucos, fui entrando em contato com a Engenharia de Cálculo, que muito me interessou pelas possibilidades que oferece no caso de bom uso da mesma (Mecânica [BOM]). Além disso, tinha uma certa popularidade nas peças teatrais e saraus realizados em Lisboa. (Atuação [BOM]). Por outro lado, nunca fui um adepto da violência como forma de resolver os problemas e, embora tenha empunhado a espada uma vez ou outra, nunca desenvolvi o menor talento para duelos (Briga [FRA], Esgrima [FRA], Tiro [FRA]) o que, em Lisboa, me colocou em desvantagem contra meus rivais, mais tendentes a resolverem suas desavenças através das armas.

Em Lisboa tive meus primeiros contatos com o que viria a ser conhecido como o Segundo Compacto, através de uma palestra de Lord Kelvin, conhecido físico e matemático que muito me fez pensar. De imediato, pesquisei muito sobre várias informações que o mesmo deixou escapar nas entrelinhas, e acabei compreendendo a gravidade da situação. Um de meus rivais, deveras, de nome Alexander Von Dachau, passou a me provocar com mais intensidade, o que me mostrou os perigos de uma sociedade dominada por homens como Von Dachau. De fato, acabei me tornando parte do Compacto, tendo alguns contatos aqui e ali com quem passo a saber mais sobre essa tão importante sociedade (Contatos [BOM]).

Depois de formado em Lisboa, e já de certa forma iniciado na Engenharia de Cálculo e no Segundo Compacto, resolvi que seria deveras mais útil voltar para o Brasil, aonde meu tutor e o industrial que me apoiaram, e ainda me apóiam (ambos muito conscientes e cristãos, donos de espíritos esclarecidos) poderiam me ajudar a fomentar contatos mais amplos, de forma a levar adiante a mensagem do Compacto até o mui esclarecido Imperador Dom Pedro II. Porém, alas, algo aconteceu durante o processo, em que meu tutor perdeu tudo o que tinha: infelizmente, embora muito trabalhador e esclarecido, detinha um vício no jogo que era perigoso. Com dificuldade ele conseguiu reaver o que tinha, mas não sem antes dar sua própria filha, a bela Maria Antonietta, como esposa a um crápula de nome Klaus Von Tandelheim, que acredito ter “interesses escusos” no Brasil. Acredito que ele é que esteja barrando meus recentes esforços de levar as palavras do Compacto ao Imperador: não menos de uma vez ele me declarou indigno de confiança diante de toda a sociedade, tanto paulista quando carioca, pela minha cor. Creio que Tandelheim é um agente prussiano, mas não posso provar.

Se posso me descrever em palavras, creio que minhas principais qualidades e defeitos são exatamente os mesmos: franqueza, caráter e determinação. Não consigo me pensar agindo de outra forma, mesmo levando-me à ruína através dessas ações.

Não sou adepto de roupas caras e de futilidades semelhantes. Quando em serviço (e trabalho bastante, já que são pouquíssimos os Engenheiros de Cálculo do Império, e o Imperador vem usando nossos serviços deveras) visto-me com as roupas mais simples que puder vestir e uso boinas semelhantes às dos recém-chegados italianos, desse modo poupando custos na manutenção das mesmas: ao optar por roupas mais simples que são mais fáceis de lavar e engomar, posso me manter aprumado e ainda assim não gastar muito. Minhas roupas, mesmo fora de serviço, são espaçosas e com muitos bolsos. Porém, mesmo mexendo com todo tipo de óleos e graxas no meu serviço, procuro deveras estar sempre o mais limpo e bem-aprumado que puder. Sou uma pessoa franca e direta: talvez tenha herdado isso das minhas discussões de Marx e Engels. Tenho certa atração por suas filosofias e ideais, mas seus métodos rudes me afastam de outros com tal pensamento.

Gosto muito de ler sobre filosofia – as idéias de Marx, mesmo com sua posição radical, me atraem, devo confessar – e sou uma pessoa que não dispenso uma boa comida caseira – se posso dizer que herdei algo de minha mãe, foi a boa mão na cozinha. Respeito a honra e a franqueza, mesmo em meus inimigos. Abomino, com todas as forças, a dissimulação e o preconceito, essas coisas torpes e vis que tanto prejudicam a humanidade. Outra qualidade e defeito meu é que sou deveras prolixo, ou, no popular, sou um tagarela. Deveras, mesmo na minha infância meu pai falava que eu era igual a uma “matraca de Dia de São João”.

Meu maior bem são meus amigos: sou capaz de me sacrificar por aqueles a quem devoto minha amizade já que são poucos. Meus maiores inimigos são Klaus Von Tandelheim, que várias vezes tentou me tirar do meu trabalho autônomo, procurando me barrar de todas as maneiras, seja com seus contatos – tolhendo-me dos materiais que necessitava para os meus reparos – seja através de rufiões bem pagos para manterem o bico calado – e MUITO bem armados de armamentos estranhos, de uma tecnologia totalmente alienígena para mim -, e Alexander Von Dachau, que creio estar agindo em conjunto ou ser o “patrono misterioso” de Von Tandelheim.

Meus aliados, porém, sempre me ajudaram: conto com a ajuda da divina Chiquinha Gonzaga – mui linda, que balançou já vária vezes o coração desse que escreve e que já teve a honra de muitas vezes lhe fazer a corte – e do sábio Rui Barbosa – de quem, embora discorde em muitos pontos, tenho nutrido grande camaradagem. Além disso, possuo os vários contatos do Segundo Compacto e alguns amigos entre os Anarquistas – gente que não adota a metodologia mais radical dos mais jovens – e principalmente entre os recém-chegados Anarquico-Sindicalistas italianos.

Apesar do que pode parecer, o industrial que tanto me ajuda, Rodolfo Fernando Guimarães, é mui esclarecido e sabe que os Anarquistas apenas querem boas condições e emprego e salário, o que, ele sendo esclarecido, não tem dificuldades de suprir. Talvez meu mais forte amigo e aliado atual, ele é um visionário, um homem à frente de seu tempo, que a nada deve a homens como Proudhon e Owen. Sinto-me honrado em trabalhar ocasionalmente para um homem como ele, de caráter e íntegro…

Infelizmente, embora seja um homem bem cotado na corte, graças à minha cor e à minha dedicação no trabalho, não tenho me envolvido com ninguém amorosamente. Ocasionalmente faço a corte a uma ou outra mulher, mas nada permanente. Tenho uma certa atração por Chiquinha, mas creio que o coração dela pertence a outrém. Desse modo, por mais doloroso que seja, creio que é sábio eu me afastar dela, permanecendo apenas um bom amigo, e não pressionando. Acredito, e a minha vida provou isso, que tudo é uma questão de dar tempo ao tempo.

Minhas metas na vida são (Profissional) ser o melhor Engenheiro de Cálculo do Império do Brasil, (Social) dar a pessoas de semelhante origem que a minha oportunidades de crescerem na vida e (Romântica) ter uma família boa e feliz, sendo um esposo adorável, justo e digno do respeito de minha esposa, como meu pai sempre foi com minha mãe.

Se posso dizer que me arrependo de algo, foi de não ter estado ao lado de meu pai no seu leito de morte: de fato, me culpo até hoje desse fato e ocasionalmente pego-me acordando de madrugada após ver o meu pai, em rigor mortis, me questionando “Porque me abandonou, filho?”.

Mas graças a meu pai ganhei o espírito de luta que fomentou meus estudos e fomenta meu trabalho, e creio que ele, na Casa do Senhor, deve estar orgulhoso de que seu filho, mulato como era, brasileiro, pobre, estudante bolsista, conseguiu notas altas ao ponto de ser escolhido, entre os de sua turma, para ser Orador de sua formatura como Engenheiro Mecânico em Lisboa. Claro que esse espírito de luta é uma das coisas das quais mais me orgulho, e tal evento serviu apenas para que eu tivesse mais orgulho de ser o que sou.

Depois de uma temporada de serviços bem sucedidos em vários locais do Brasil, acabei fixando-me em São Paulo por algum tempo, comprando uma pequena casa próximo à Avenida principal (conhecida como Paulista). Recentemente, porém, recebi uma carta de Rui Barbosa, que demonstrava-se deveras preocuupado com um grupo de Escravocratas de Minas que procura derrubar as leis que protegem pessoas como eu de serem novamente escravizadas. Na mesma missiva ele pedia minha ajuda, pois ele tem visto movimentos estranhos de Von Dachau e Von Terlenheim que, segundo eles, vêm adquirido equipamentos estranhos por meios escusos… Ele acredita ser algum tipo de Dispositivo Infernal semelhante a uma Máquina de Cálculo, mas deveras mais poderosa… E perigosa, em mãos erradas.

E claro, se isso for verdade, não vou deixar pulhas como esses dois utilizar a maravilhosa descoberta de Babbage e Lady Lovelace para provocar o mal e tirar das pessoas a liberdade! Por isso mesmo, já estou empacotando meus pertences para me mudar para o Rio. Minha irmã, agora casada com um comerciante bom de vida, já providenciou uma casa aonde poderei morar e manter meus estudos. Além disso, terei meu próprio telégrafo particular, o que será útil, ainda mais agora que Von Dachau e Von Terlenheim decidiram mexer seus pauzinhos.

E que Deus me ajude nas minhas empreitadas que virão, pois creio que elas serão deveras tortuosas..

ATENÇÃO: O sobrenome desse personagem vitoriano (Matheus Ortiz) deve-se ao fato do pai ter recebido o sobrenome de seu antigo dono.

Inimigos

Alexander Von Dachau

Engenheiro de Cálculo e Agente Prussiano

Carismático, mas frio como o gelo, não permite que nada e nem ninguém interfira em seus objetivos.

Situação Financeira [EXC], Mecânica [BOM], Coragem [OTI], Esgrima [OTI], Educação [OTI], Tiro [BOM], Briga [BOM], Atuação [BOM], Contatos [BOM], Carisma [BOM], Trato Social [FRA], Feitiçaria [FRA], Furtividade [FRA], Percepção [FRA]

Klaus von Tendelheim

Nobre Prussiano, Magista do Templo de Rá

Por fora, um nobre e galante cavalheiro… Por dentro, um homem sem escrúpulos, embora não consiga agir quando a situação aparenta ser ruim para ele.

Aparência [OTI], Coragem [OTI], Trato Social [OTI], Feitiçaria [OTI], Esgrima [BOM], Tiro [BOM], Compleição Física [BOM], Educação [BOM], Situação Financeira [BOM], Coragem [FRA], Mecânica [FRA], Briga [FRA]

Aliados

Rodolfo Fernando Guimarães

Industrial, Embaixador

Um articulador de forças, um dos poucos homens capazes de unir “os homens de boa vontade” em um momento difícil como esse. Realista e dedicado à sua causa de paz, jamais empunhou uma arma.

Contatos [EXT], Educação [EXT], Trato Social [OTI], Aparência [EXC], Situação Financeira [EXC], Percepção [BOM], Feitiçaria [FRA], Esgrima [FRA], Tiro [FRA], Mecânica [FRA], Medicina [FRA]

Amadeu Ortiz

Fazendeiro Falido, Comerciante, Nobre

Apenas uma sombra do que já foi, mas ainda contando com alguns bons amigos que o ajudam não importa o que aconteça, é um homem vivido, sábio e esclarecido. Sua perdição: o jogo.

Contatos [OTI], Educação [OTI], Trato Social [OTI], Aparência [BOM], Situação Financeira [BOM], Compleição Física [FRA], Coragem [FRA]

Marta Ortiz

Irmã de Matheus, Nobre

Uma das aias da Rainha, Marta é também um dos mais fortes contatos de seu irmão na corte. Delicada e requintada, porém capaz de lançar bravatas tão venenosas quanto as presas de uma cascavel.

Trato Social[EXT], Contatos [EXC], Aparência [EXC], Atuação [OTI], Carisma [EXC], Educação [BOM], Coragem [FRA], Briga [FRA], Compleição Física [FRA], Esgrima [FRA], Tiro [FRA]

Jason Raywood - Espírito das Possibilidades

Aspectos

Tipo Aspecto
Conceito Alguém que acredita que a vida é um jogo
Dificuldade Joga pelo livro, mesmo quando trapaceia
  Saber recuar também é uma possibilidade
  Aprende rápido qualquer jogo
  “Deixa eu fazer o meu jogo e foque-se no seu!”

Abordagens

Abordagem Nível
Ágil Regular (+1)
Cuidadoso Bom (+3)
Esperto Razoável (+2)
Estiloso Medíocre (+0)
Poderoso Regular (+1)
Sorrateiro Razoável (+2)

Façanha Centuriã

  • Avaliação de Possibilidades: Jason é alguém que sabe avaliar suas chances em qualquer coisa. Sempre que ele quiser Criar Vantagens sendo Cuidadoso por meio de avaliações de suas chances em conseguir algo, ele recebe +3 nos testes.

Façanhas comuns [ Recarga: 3 ]

  • Observando a Mesa: Recebe +2 quando Atacar sendo Cuidadoso e você tiver conhecimento prévio dos hábitos e tendências do seu alvo.
  • Leitura Fria: Recebe +2 ao Criar Vantagens sendo Cuidadoso quando tentar descobrir aspectos de Outro personagem o observando.

Aparência

Jason poderia passar como um garoto comum, se não fosse o olhar meio matreiro, de alguém que já teve que entrar em mesas realmente perigosas de todos os tipos de apostas. De resto, é um garoto razoavelmente comum, de altura mediana e cabelos castanhos, vestido em roupas normais.

Comportamento

Jason é um trapaceiro honesto, ponto. Ele joga conforme o jogo e dança conforme a música, sempre analisando suas chances de sair vivo e (preferencialmente) com algum benefício de qualquer situação. Entretanto, não deve-se tomar ele como uma pessoa ruim: ele nunca pega pesado com pessoas que são realmente mais ferradas que ele e sempre está disposto a ajudar as pessoas.

História

Jason nasceu no Louisiana, região de, segundo alguns, fé e pecado. Nova Orleans sempre foi um centro de fé dos mais diversos tipos e de sedução e pecado segundo alguns. Nessa terra, Olivier e Marie Raywood eram os maiores predadores no mundo do carteado. Nenhuma pessoa os vencia nas cartas. Muitos mitos surgiram sobre os mesmos, inclusive sobre coisas como pactos com demônios, envolvimento de loas e do vodu, mas a realidade é que ambos sabiam avaliar possibilidades de ganho e perda e sabiam todos os lances.

E foi no dia 1° de Janeiro de 1901 que Marie, ainda em meio a uma mesa de poquer, sentiu as dores do parto e, em poucos segundos, deu à luz ao filho que estava esperando. Deu a ele o nome de Jason.

Com o tempo, o pequeno Jason foi demonstrando seu talento para jogos, vencendo garotos maiores e mais experientes em todo tipo de jogo: Ludo, Xadrez, Damas, etc…

Mas ele realmente impressionou um homem estranho, de descendência sino-inglesa, que desafiou seus pais em uma série de jogos: uiste, bridge, canastra, buraco e, por fim, poker. Mesmo tendo jogado todos esses jogos pela primeira vez, Jason se saiu muito bem em todos, e por fim quebrou a mesa de poker com um Royal Straight Flush.

Esse homem, Charles (Choi) Li-Ang, não se fez de rogado e colocou em prática um jogo diferente, que nem Jason, nem seus pais haviam jogado: parte dominó, parte poker, tinha uma complexidade bem alta. O objetivo era formar quatro grupos de três ou quatro pedras iguais ou em sequência, dentro dos diversos naipes de pedras, e mais um par, utilizando tantos pedras retiradas de um muro disposto ao redor da mesa, ou os descartes dos jogadores.

Charles imaginou que pegaria essa família por meio do Mahjong, um jogo complexo que com certeza eles não dominavam.

Ele não contava, entretanto, com Jason: depois de quatro rodadas de vitórias de Charles, Jason venceu com uma mão simples. Entretanto, nas duas mãos seguintes, ele conseguiu duas mãos raras (que ele tinha questionado previamente Charles): os Sete Pares, e uma rara dos Treze Órfãos.

Foi quando Charles revelou sua intenção: ele estava procurando um dos potenciais Espíritos do Século XX, pessoas com capacidades excepcionais e desejo de aventura, elementos nos quais Jason se encaixava perfeitamente. E foi com uma certa tristeza que Charles conduziu Jason para o Capítulo do Clube do Século em Nova Iorque, enquanto ensinava a ele todos os tipos de jogos, e aos quais Jason sempre aprendeu rapidamente.

Na viagem, outro fato importante foi quando, passando por Chicago, foi desafiado por uma das Triades da cidade no Mahjong. Uma aposta de risco, mas que foi sancionada tanto por Charles quanto pelo Mestre Lingyu.

Durante a partida, em pelo menos duas ocasiões, ele percebeu seus adversários trapaceando.

Obviamente ele poderia denunciar, mas decidiu que, se esse era o jogo, ele jogaria também, e venceu também usando das trapaças. Quando os homens das Tríades o acusaram, ele disse exatamente a rodada, a jogada e a trapaça que eles fizeram, e isso causou aos mesmos muita vergonha, ainda mais que o Mestre Lingyu tinha contato com o Cabeça de Dragão, o líder supremo de tal Tríade, e era respeitado pelo mesmo.

E foi assim que ele chegou ao Clube do Século, disposto a colocar sua vida em risco em apostas audaciosas em jogos valendo a vida de muitos. Afinal de contas, a Vida é um jogo.

Mairead Mag Raith (McRae), Espírito da Comunidade

Aspectos

Tipo Aspecto
Conceito Descendente de Irlandeses que vive pela sua comunidade
Dificuldade “Ter pouco não é motivo para não dividir” - Samaritana incorrigível
  Cabelos e Olhos “brilhantes” - Tocada pelas Fadas
  Lady Danaan sabe o que penso
  Contos e Histórias

Abordagens

Abordagem Nível
Ágil Regular (+1)
Cuidadoso Bom (+3)
Esperto Razoável (+2)
Estiloso Razoável (+2)
Poderoso Regular (+1)
Sorrateiro Medíocre (+0)

Façanha Centuriã

  • Caldeirão de Dagda: Mairead é iluminada com uma capacidade quase sobrenatural de encontrar e aproveitar as coisas ao seu redor para alimentar ou prover outros (e a sí própria) com o que precisa. Duas Vezes por sessão, Mairead pode declarar que ela consegue aproveitar o que está a seu redor para prover todos de alimentos e necessidades básicas. Isso aparece em jogo como Aspectos com uma Invocação Gratuíta por vez, como “Um grude realmente saboroso!” ou “Roupas boas tiradas do lixo”.

Façanhas comuns [ Recarga: 3 ]

  • Como demonstrado: Recebe +2 em tentativas de Criar Vantagem ou Superar Obstáculos sendo Estiloso quando ele puder publicamente explicar porque sua ideia, teoria ou plano é correto.
  • Exatamente o que preciso: Uma Vez Por Sessão, como uma Ação Livre, pode declarar que possui algo que possa eliminar completamente um Aspecto de Situação.

Aparência

Mairead é considerada uma pessoa tocada pelas fadas e sua aparência é bastante incomum, refletindo essa característica: seu cabelo ruivo é quase metálico de tão brilhante, assim como os olhos verdes que parecem quase duas grandes esmeraldas. Impressionantemente, não importa o fato de seu vestido ser roto e rasgado, com pedaços de tecido costurados pela própria Mairead, ela sempre parece um anjo, ou uma fada.

Comportamento

Mairead vive pelas comunidades: em qualquer grupo onde está, ela sempre se imagina como uma espécie de suporte, uma “cola” que visa manter todas as pessoas juntas. Ela tem algum problema para ficar sozinha, mas nenhum para ficar em grandes grupos. Além disso, ela sabe como lidar com muitas pessoas: sua criação típica irlandesa proveu a ela o que precisa para esses casos.

História

A Grande Fome da Irlanda, entre 1810 e 1879, provocou a fuga de muitos irlandeses, muitos indo para os Estados Unidos. E de famílias que fugiram nos últimos anos da fome na Irlanda nasceu o casal Connor e Eileen Mag Raith, que em 1890 se casaram. Por 10 anos batalhando duro conseguiram juntar o suficiente para uma pequena casinha em Nova Iorque, onde ele trabalhava como estivador e ela como professora primária. A vida não era fácil, e o dinheiro era curto, mas sempre foram muito preocupados com a comunidade, não poucas vezes recebendo pessoas em pior situação em sua casa.

A gravidez de Eileen foi comemorada por todos, e o nascimento nas primeiras badaladas do novo século foi considerado auspicioso, ainda mais quando todos viram os olhos verdes quase esmeraldinos e alguns pelos bem vermelhos, quase como uma mistura de cobre e sangue, nas sombrancelhas.

E com o tempo, isso ficou ainda mais patente, quando a pequena Mairead começou a ajudar os pais na organização da casa, e a comunidade em várias coisas: desde procurar comprar um pouco de verduras e batatas, fazer pão, tocar violino nas festas comunitárias, até mesmo alguns pequenos truques para alegrar os menores que ela na Páscoa. Esses talentos todos, surgindo com o tempo, fizeram com que todos acreditassem que ela era “tocada pelas fadas”: em especial, a mulher conhecida como Lady Danaan recomendou que ela fosse tutelada por algumas pessoas que ela conhecida do grupo filantrópico conhecido como Clube do Século

E foi assim que Mairead descobriu sobre ser um dos Espíritos do Século XX, destinada a preservar e reforçar nesse século valores importantes. Ela logo entendeu seu papel de reforçar a sua comunidade, desde o pequeno grupo do bairro de Clinton, em Manhattan, até o mundo. Pois ela sabe que uma família (e a humanidade é uma família) sempre se parte por dentro, nunca por fora.

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